sábado, 2 de janeiro de 2010

SINAIS ECUMÊNICOS


Quando estava no Oriente, Francisco viveu em seu íntimo o convite do almuadem (= salât) pelo qual o povo é convocado para a prece, devendo o crente inclinar-se profundamente até o chão. Numa carta Francisco retoma esse costume islâmico, pois se sentia a tal ponto tocado por esse louvor a Deus da parte dos muçulmanos que desejava ter um sinal semelhante no Ocidente. O louvor a Deus deve unir cristãos e muçulmanos. Por isso, acentuando, fala ele de "toda a terra" ou "do mundo inteiro", quando escreve:


"Anunciai e pregai a todo o povo o seu louvor, de modo que toda hora, ao dobrar os sinos, o povo no mundo inteiro renda sempre graças e louvores a Deus onipotente" (1CtCust 8; cf. CtOrd 4).


O que escreveu, na citada carta, a todos os responsáveis da Ordem dos Menores, repete-o em um escrito aos políticos daquele tempo. Pois Francisco estava ciente de que se tratava, aqui, de um assunto político, que somente podia ser imposto com a ajuda do "braço secular".


"Diante do povo que vos foi confiado, prestai ao Senhor este testemunho público de veneração; todas as tardes, mandai proclamar por um pregoeiro, ou anunciar por algum sinal, que todo o povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus todo-poderoso" (CtGov 7).


Por meio deste sinal, a fé comum no Deus todo-poderoso encontraria uma expressão comum. Lamentavelmente, esse apelo não foi executado de imediato. No toque do Ângelus, introduzido mais tarde, pelo qual São Boaventura muito trabalhou, de certo modo realizou-se o desejo de Francisco, mas sem a referência ao "salât" e sem o alcance ecumênico, como fora a intenção primeira de Francisco.


Atualmente, uma teologia da bondade de Deus, que inclui os islâmicos, está reforçando o diálogo entre cristãos e muçulmanos.(extraído do curso básico do carisma missionário franciscano - A Missão Franciscana nas primeiras fontes)

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